Texto extraído do livro "Desbrvadores do Carmo do Fructal" de autoria do autor.
Nos primórdios do meu segundo namoro com a minha atual esposa, Cleuza Mariano da Costa, hoje Cleuza Mariano de Paula, conheci o Sr. Élvio Erundio, então gerente da Agência do Banco do Brasil em Frutal e sua dileta esposa Regina, em um almoço que eles haviam preparado exatamente para me conhecer. Isto porque sendo eles amigos e colegas de jogo da Cleuza, ela havia comentado com eles sobre o romance que estava renascendo. De fato, a nossa união definitiva não demorou acontecer e em 20 de setembro de 1.980, em cerimônia com Status de casamento, realizada na casa do Sr. Ovídio Mariano da Costa e com a presença de um grande número de convidados, eu a Cleuza e o Ovídio Luiz iniciamos uma maravilhosa vida em conjunto, e o Élvio e Regina tornaram-se meus grandes amigos.
Com o novo casamento eu passei a ter uma vida totalmente diferente daquela que levava, razão pela qual, me apeguei muito ao casal, tornando-se comum os nossos encontros para almoços ou jantares, além, naturalmente das noitadas de jogo de canastra. Aconteceu que não demorou muito e o Élvio foi transferido para a cidade de Mirassol, no Estado de São Paulo e para lá se mudou. Além de nós, o casal, havia deixado em Frutal, outros bons amigos como o Sr. Raul Miziara e dona Adélia, o Fausto Ricardo do Nascimento, genro do Sr. Raul e Jairo Furtado e sua mulher Terezinha, todos do nosso convívio social. Embora se mostrando um indivíduo sisudo, o Élvio era, na verdade, uma pessoa alegre e muito brincalhona e gostava de passar trotes nos amigos. Certa vez, ele ligou para a Cleuza, dizendo que estava na chácara do Fausto, embora estando em Mirassol, e disse que não dava para ir a nossa casa, mas que queria vê-la, razão pela qual, pediu que ela fosse até a chácara. Então a Cleuza pegou a sua Brasilinha Branca e correu até lá. Chegando ao local, percebeu que nem o Fausto estava lá e que havia caído em uma “pegadinha” do Élvio. Outra vez, ele me liga e diz que esta vindo para Frutal, mas que estava preso em uma blitz da Policia Federal, perto do local conhecido como “Cruzeta”, porque havia esquecido a sua carteira de motorista. Era mais uma de suas brincadeiras, mas na verdade, ele estava vindo para passar o final de semana em nossa casa. Na época a nossa casa era muito freqüentada por muitas pessoas até então mais ligadas à Cleuza. Assim, com a reunião de vários amigos, e a presença do ilustre casal, tivemos um belo final de semana. No final da noite, do primeiro dia, um memorável sábado, na hora de irmos dormir, a Cleuza, mostrando-se a grande anfitriã que é, ofereceu a nossa cama para o casal visitante. Acontece que na época eu estava sofrendo de problemas da coluna, razão pela qual o nosso colchão era muito duro. No dia seguinte, o Élvio levanta com a mala na mão e diz que vai embora, pois que não havia conseguido dormir, alegando que a Cleuza havia tirado o colchão e colocado apenas taboas para ele dormir e que o tempo do catre já havia acabado há muito tempo. Parecia sério, mas, como sempre, era só mais uma brincadeira dele. Passado algum tempo, fomos retribuir a sua visita. Passamos o dia inteiro, dum maravilhoso Sábado, comendo um saboroso churrasco que só ele sabia preparar com tanta mestria e tomando quase todas. Finalmente, chega o momento de irmos descansar os corpos cansados de tanto não fazer nada. O Élvio, maliciosamente, indica o quarto onde iríamos dormir, se despede, entra em seu quarto e fecha a porta juntamente com a sua mulher Regina. Era bem tarde da noite. Quando chegamos no quarto, encontramos a cama bem arrumada, coberta com uma linda colcha. Quando levantamos a colcha, veio a grande surpresa: a cama não tinha colchão. Olhamos um para o outro e nos perguntamos, e agora? Não demorou muito e aparece o Élvio perguntando se estávamos gostando da cama. Era realmente um grande gozador. Pena que morreu tão cedo e de forma tão trágica.